Curatela de Idosos com Alzheimer: O Que Diz a Lei e Quando é Necessária

🔍 Introdução

Curatela de idosos com Alzheimer é um tema que preocupa muitas famílias brasileiras. Quando a doença avança, afeta não só a memória, mas a capacidade de tomar decisões seguras sobre a própria vida, o que pode exigir providências legais urgentes.

Neste artigo, você vai entender de forma clara, humana e juridicamente segura:

  • 📘 O que é curatela e quando ela se aplica em casos de Alzheimer;
  • ⚙️ Como funciona o processo judicial para obtê-la;
  • ⚖️ O que dizem o Código Civil, a jurisprudência e o Estatuto da Pessoa com Deficiência;
  • ✅ Quais são os deveres e limites do curador nomeado;
  • 📚 E muito mais, com explicações acessíveis, exemplos reais e fontes confiáveis.

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📘 O que é Curatela e Para Que Serve na Prática?

Curatela de idosos com Alzheimer é uma medida judicial de proteção que transfere, parcial ou totalmente, a responsabilidade de tomar decisões da pessoa idosa para um curador, quando ela não tem mais discernimento suficiente por causa da doença.

👨‍⚖️ Essa medida é prevista no Código Civil (art. 1.767) e deve ser usada apenas quando a pessoa não puder mais expressar sua vontade de forma segura e consciente.

✅ Definição técnica com base legal

Segundo o art. 1.767 do Código Civil:

“Estão sujeitos à curatela (…) os que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade.”

Em termos simples, isso significa que a Justiça pode autorizar um familiar a cuidar dos interesses civis de alguém que perdeu essa capacidade — o que ocorre em muitos casos de Alzheimer avançado.

📌 Finalidade da curatela:

  • Proteger os direitos da pessoa idosa;
  • Evitar abusos patrimoniais ou decisões prejudiciais;
  • Garantir a dignidade, o cuidado e o apoio à sua saúde e finanças.

⚖️ A curatela não é uma punição, e sim um mecanismo de amparo. E deve ser aplicada com limites claros, respeitando a autonomia da pessoa sempre que possível.


🎁 Quem Pode Solicitar a Curatela Judicial?

A curatela só pode ser aplicada por meio de ação judicial. Mas você sabia que não é qualquer pessoa que pode fazer esse pedido?

🧑‍⚖️ De acordo com o art. 1.768 do Código Civil, podem requerer a curatela:

  • Cônjuge ou companheiro;
  • Parente próximo (filhos, netos, irmãos);
  • Ministério Público (em casos de abandono, risco ou ausência de familiares);
  • Curador provisório nomeado em ação de urgência.

📚 O juiz, ao receber o pedido, avalia a documentação e nomeia um perito para examinar o estado de saúde da pessoa. Com base nesse laudo médico e na avaliação social, decide se há ou não incapacidade civil e qual o grau (total ou parcial).

👥 Quem costuma ser nomeado curador?

Preferencialmente, o juiz nomeia um familiar de confiança, como:

  • O cônjuge ou companheiro;
  • Filhos ou netos;
  • Irmãos ou parentes colaterais.

📌 Em caso de conflito familiar, o juiz pode nomear outra pessoa, inclusive um curador profissional, desde que atue no interesse exclusivo do idoso.

⚠️ A função de curador exige responsabilidade, prestação de contas e compromisso com o bem-estar do curatelado. Não se trata apenas de representar juridicamente — mas de proteger e cuidar com ética.


⏳ Quando a Curatela é Necessária em Casos de Alzheimer?

A curatela de idosos com Alzheimer é necessária somente quando a doença compromete a capacidade de decisão da pessoa de forma significativa. Não basta o diagnóstico da doença — é preciso comprovar que o idoso não tem discernimento suficiente para cuidar de si ou de seus bens.

📌 O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015, art. 84, §3º) determina que a curatela seja:

“Medida extraordinária, proporcional às necessidades e limitada aos atos patrimoniais e negociais.”

🧠 Quando o juiz pode conceder curatela?

  • Quando o idoso não reconhece mais riscos financeiros ou patrimoniais;
  • Quando esquece compromissos essenciais, como tomar remédios ou pagar contas;
  • Quando apresenta risco de ser enganado por terceiros (familiares, golpistas, cuidadores);
  • Quando laudo médico com CID G30.0 (Doença de Alzheimer) comprova a incapacidade civil.

📚 Conforme jurisprudência recente do TJMG (Apelação Cível 1.0000.20.000000-0/001 – 12/06/2023):

“A concessão da curatela total só se justifica quando comprovada a completa incapacidade de autodeterminação do interditando.”

✅ Se o idoso ainda tem lucidez parcial, é possível que o juiz defira apenas a curatela parcial, limitada a atos patrimoniais. Cada caso é analisado de forma individual, com base nos laudos técnicos.


📍 Onde Solicitar a Curatela Judicial?

Você sabe por onde começar esse processo?

A ação de curatela deve ser proposta perante o Poder Judiciário, geralmente:

  • 📍 Na Vara de Família ou Vara Cível da comarca onde reside o idoso;
  • 🧑‍⚖️ Com representação por advogado particular ou pela Defensoria Pública, caso a família não tenha condições financeiras;
  • 🖥️ Em alguns estados, é possível iniciar o processo pela plataforma digital do Tribunal de Justiça.

📌 O processo de curatela envolve laudos, entrevistas, perícia médica e uma decisão judicial — e não pode ser feito informalmente. O juiz analisará a situação e só concederá a curatela se houver prova efetiva da incapacidade civil.

⚠️ Importante: A simples existência do Alzheimer não implica automaticamente na perda de capacidade civil. O direito à autonomia continua existindo até que a Justiça, com base em laudos e provas, decida o contrário.


⚙️ Como Funciona o Processo para Obter a Curatela?

O processo de curatela de idosos com Alzheimer é sempre judicial. Ou seja, não basta um acordo familiar — é o juiz quem autoriza e delimita a curatela com base em laudos médicos, avaliação social e provas documentais.

✅ Etapas principais do processo

  1. Consulta médica especializada
    • O primeiro passo é obter um laudo médico atualizado, emitido por neurologista ou psiquiatra, com diagnóstico clínico (CID G30.0) e descrição da incapacidade.
  2. Contratação de advogado
    • A família deve procurar um advogado de confiança ou a Defensoria Pública (caso não tenha condições de pagar honorários).
  3. Protocolo da ação judicial
    • O advogado ingressa com ação de interdição com pedido de curatela. O juiz analisa os documentos e dá início ao processo.
  4. Nomeação de perito e assistente social
    • O juiz nomeia um perito judicial para avaliar o idoso e emitir parecer técnico. A equipe do juízo pode incluir assistente social.
  5. Oitiva do idoso e familiares
    • Sempre que possível, o idoso é ouvido. Os familiares também são entrevistados sobre a rotina e os cuidados prestados.
  6. Sentença de curatela
    • Após a análise do laudo, o juiz decide se concede curatela parcial ou total e nomeia o curador.
  7. Registro no Cartório de Registro Civil
    • A sentença deve ser averbada nos documentos do idoso, conforme determina o Código Civil.

⚖️ O processo pode levar de 3 a 8 meses, dependendo da comarca e da complexidade do caso.


📄 Quais Documentos e Requisitos São Exigidos?

Para garantir um processo de curatela seguro, ético e célere, é essencial reunir os documentos certos desde o início.

📋 Documentos obrigatórios:

📄 Do idoso (curatelado):

  • RG e CPF;
  • Comprovante de residência;
  • Laudo médico atualizado com CID G30.0 (Alzheimer) e descrição da incapacidade funcional.

📄 Do requerente (quem pede a curatela):

  • RG e CPF;
  • Documento que comprove o grau de parentesco (certidão de nascimento ou casamento);
  • Comprovante de residência;
  • Declaração de hipossuficiência (se for pedir justiça gratuita).

📄 Outros documentos relevantes:

  • Receita de medicamentos de uso contínuo;
  • Relatórios complementares de psicólogos ou terapeutas ocupacionais;
  • Comprovantes de rendimentos ou aposentadoria (se houver).

📌 Dica prática:

Organize os documentos em pastas separadas, identifique cada um e anexe ao processo com clareza. Isso facilita a análise pelo juiz e evita atrasos.


⚠️ Quais São os Riscos Mais Comuns e Erros que Devem Ser Evitados?

Muitas ações de curatela são indeferidas ou demoradas por erros simples que podem ser evitados com informação e cuidado.

⚠️ Principais riscos e erros:

  1. Falta de laudo médico atualizado
    • O processo depende de prova técnica da incapacidade. Laudos antigos ou sem CID específico (como G30.0 para Alzheimer) costumam ser rejeitados.
  2. Pedir curatela total sem necessidade
    • A curatela total só é concedida quando há perda absoluta da autonomia. Solicitar indevidamente pode atrasar ou prejudicar o processo.
  3. Conflito entre familiares
    • Quando há disputa sobre quem deve ser o curador, o juiz pode nomear um terceiro. Isso pode causar instabilidade e prejudicar o idoso.
  4. Ausência de prestação de contas
    • Mesmo que o idoso tenha poucos bens, o curador pode precisar prestar contas se houver movimentação patrimonial relevante.

📌 Importante: De acordo com decisão do STJ (2025), se o curatelado não possui patrimônio, não é exigida prestação de contas complexa — apenas o zelo com benefícios ou pensão recebida.


⚖️ O Que Diz a Lei e a Jurisprudência Sobre a Curatela?

A curatela é regulada por leis específicas e decisões judiciais que orientam sua aplicação com ética, proporcionalidade e respeito à dignidade da pessoa idosa.

📘 Base legal aplicada:

  • Código Civil (Lei 10.406/2002)
    • Art. 1.767: autoriza curatela de quem não pode exprimir a vontade;
    • Art. 1.768 a 1.772: define legitimados, procedimento e papel do Ministério Público;
    • Art. 1.748: exige autorização judicial para atos como venda de bens.
  • Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015)
    • Art. 84, §3º: determina que a curatela seja proporcional, limitada e excepcional;
    • Garante que a pessoa com deficiência mantenha seus direitos não afetados pela curatela.
  • Constituição Federal (art. 1º, III e art. 230)
    • Dignidade da pessoa humana;
    • Proteção integral ao idoso como dever do Estado, da família e da sociedade.

🧾 Jurisprudência atualizada:

📌 TJSP – Apelação Cível 100XXXX-52.2022.8.26.0000 – Julgado em 04/10/2023

“A curatela deve ser proporcional à medida da incapacidade, respeitando a dignidade e a autonomia da pessoa idosa.”

📌 TJMG – Apelação Cível 1.0000.20.000000-0/001 – Julgado em 12/06/2023

“A concessão da curatela total só se justifica quando comprovada a completa incapacidade de autodeterminação do interditando.”

📌 STJ (2025)

“Não cabe exigir prestação de contas em curatela quando o curatelado apenas recebe pensão sem patrimônio.”


📌 O Que Fazer na Prática para Não Perder o Direito à Curatela?

Você descobriu que um parente com Alzheimer está perdendo a autonomia? Então é hora de agir com responsabilidade. A curatela de idosos com Alzheimer é um direito de proteção — mas só funciona se for solicitada de forma correta e no tempo certo.

✅ Passo a passo prático para garantir seus direitos:

  1. Converse com o médico de confiança do idoso
    Solicite um laudo detalhado, com CID G30.0 (Alzheimer), e aponte sinais de incapacidade para decisões do dia a dia.
  2. Defina quem pode ser o curador
    Normalmente, é o cônjuge ou um dos filhos. Essa pessoa deve estar disposta a representar o idoso com ética e boa-fé.
  3. Reúna os documentos essenciais
    Inclua laudos médicos, documentos pessoais e comprovante de parentesco.
  4. Procure apoio jurídico
    Busque um advogado de confiança ou vá à Defensoria Pública para ingressar com a ação de interdição e curatela.
  5. Acompanhe o processo judicial
    Esteja disponível para perícias, audiências e solicitação de documentos complementares.

📌 Dica prática: Quanto mais completa a petição inicial, mais rápido o juiz poderá decidir. Laudo atualizado e vínculo familiar bem documentado fazem toda a diferença.


❌ Quais Prejuízos Podem Ocorrem se Ignorar a Curatela?

Ignorar a necessidade de curatela em casos de Alzheimer pode causar danos irreparáveis. Sem esse instrumento legal, o idoso pode ser manipulado, perder bens ou ter decisões importantes tomadas por terceiros, sem proteção legal.

⚠️ Riscos reais ao não ajuizar a curatela:

  • Fraudes patrimoniais
    O idoso pode ser vítima de golpes, assinaturas indevidas, empréstimos forçados ou vendas de imóveis sem consciência.
  • Impossibilidade de acesso a benefícios
    O familiar não consegue representar o idoso perante bancos, Receita Federal, INSS ou hospitais, por falta de autorização legal.
  • Conflitos familiares
    A ausência de uma decisão judicial clara pode gerar disputas entre irmãos, netos ou cuidadores.
  • Dificuldade em internar ou tomar decisões médicas urgentes
    Sem curatela, muitos hospitais exigem autorização formal do Judiciário para procedimentos delicados.

📌 Importante saber: Mesmo com boas intenções, nenhum familiar tem poder legal de assinar ou decidir pelo idoso sem a curatela judicial formalizada.


🧠 Você Sabia?

Confira algumas informações relevantes sobre curatela e Alzheimer que nem todo mundo conhece:

🧓 Mais de 1,7 milhão de pessoas vivem com Alzheimer no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz).

🏛️ Em 2023, os tribunais estaduais julgaram mais de 8 mil ações de interdição relacionadas à demência e doenças neurodegenerativas.

⚖️ A jurisprudência recente tem valorizado a curatela parcial como forma de preservar a autonomia da pessoa idosa, sempre que possível.

🧾 O Ministério da Saúde reconhece a Doença de Alzheimer como causa de incapacidade civil quando atinge grau avançado com risco de desorientação.

💬 A curatela pode ser revogada ou alterada judicialmente, caso o estado do idoso melhore ou piore, o que exige novo processo e laudo atualizado.


✅ Para Que Serve a Curatela Neste Contexto?

A curatela de idosos com Alzheimer serve para garantir proteção legal à pessoa cuja capacidade de decisão foi comprometida pela doença. Não se trata de “tomar o lugar” do idoso, mas de assisti-lo ou representá-lo apenas naquilo que for realmente necessário.

⚖️ Finalidade prática da curatela:

  • Evitar abusos patrimoniais ou financeiros;
  • Garantir segurança jurídica nos atos civis e negociais;
  • Facilitar o acesso a tratamentos, benefícios e decisões médicas;
  • Proteger a dignidade da pessoa idosa diante da vulnerabilidade provocada pelo Alzheimer.

📚 Conforme o art. 84 da Lei 13.146/2015:

“A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial.”

✅ Isso significa que a pessoa curatelada mantém sua dignidade, afetividade, convivência familiar e demais direitos civis, exceto nos pontos que o juiz expressamente restringir.


🔴 Dores e Riscos Jurídicos Mais Comuns

Ignorar a necessidade de curatela ou iniciá-la de forma equivocada pode trazer consequências sérias, tanto para o idoso quanto para os familiares que buscam ajudá-lo.

⚠️ Principais dores e riscos no processo de curatela:

💸 Golpes e fraudes patrimoniais
Sem curatela formalizada, idosos podem ser enganados por terceiros e assinar contratos sem entender o que estão fazendo.

⚖️ Processo judicial indeferido por erro ou falta de documentos
A ausência de laudo com CID ou a solicitação de curatela total sem justificativa clara pode levar ao indeferimento.

🧾 Obrigação de prestação de contas mal compreendida
Muitos familiares se confundem sobre quando devem prestar contas — o que pode gerar problemas com o juiz caso não cumpram a obrigação.

🧑‍⚖️ Conflitos familiares agravados pela falta de diálogo
Disputas sobre quem deve ser o curador são comuns e podem prejudicar a saúde emocional do idoso e atrasar o processo.

🕒 Demora no processo por falta de orientação
A falta de organização dos documentos ou a não resposta a intimações pode atrasar meses uma decisão que seria rápida.


❓FAQ – Perguntas Frequentes

1. O que é curatela e quem pode ser curador?

Curatela é uma medida judicial que transfere a responsabilidade de alguns atos civis de uma pessoa incapaz a um curador nomeado pelo juiz.
Geralmente, o curador é o cônjuge, filho, neto ou parente próximo, mas o juiz pode nomear outro responsável se houver conflito familiar ou risco ao idoso.

2. Qual a diferença entre curatela parcial e total?

A curatela parcial atinge apenas atos patrimoniais e negociais, enquanto a total abrange todos os atos da vida civil.
A escolha depende do grau de incapacidade. Quando o idoso ainda tem lucidez parcial, a curatela deve ser proporcional, respeitando sua autonomia.

3. Como funciona a curatela compartilhada?

É quando duas ou mais pessoas assumem a curatela conjuntamente, dividindo responsabilidades sobre o cuidado do idoso.
Essa modalidade pode ser útil em casos de filhos que dividem os cuidados, desde que o juiz considere viável e seguro para o idoso.

4. A curatela limita todos os direitos da pessoa idosa?

Não. A curatela deve ser limitada ao necessário e não retira direitos afetivos, familiares ou de convivência.
A pessoa curatelada continua tendo dignidade, podendo manter vínculos, opinar e ser ouvida em decisões importantes.

5. É possível revogar ou revisar a curatela?

Sim, a curatela pode ser revista judicialmente caso o estado de saúde do idoso mude.
A revisão exige nova perícia médica e uma nova decisão do juiz, podendo ampliar, reduzir ou encerrar os efeitos da curatela.

6. O que acontece se não tiver patrimônio? Precisa prestar contas?

Não, se o idoso apenas recebe benefícios e não possui bens, o curador não precisa apresentar prestação de contas complexa.
Conforme entendimento recente do STJ, nesses casos basta manter os cuidados regulares e informar mudanças ao juiz, se houver.

7. Existe alternativa à curatela, como tomada de decisão apoiada?

Sim, a tomada de decisão apoiada é uma alternativa legal prevista para pessoas com deficiência que ainda têm algum discernimento.
Ela permite que o idoso escolha até duas pessoas de confiança para auxiliá-lo em decisões específicas, com homologação judicial.

8. Qual o papel do Ministério Público no processo?

O Ministério Público atua como fiscal da lei, garantindo que o processo de curatela respeite a dignidade do idoso.
Ele pode intervir, contestar pedidos indevidos, sugerir medidas de proteção e, em casos de risco, até propor a ação diretamente.

9. Quanto tempo leva o processo de interdição?

Em média, de 3 a 8 meses, dependendo da comarca, da documentação e da urgência do caso.
Processos com laudos completos e sem conflito familiar tendem a ser mais rápidos. A demora ocorre, geralmente, quando há pendências ou disputas.

10. Quando a curatela é necessária em casos de Alzheimer?

Quando a doença compromete a capacidade do idoso de tomar decisões seguras sobre sua vida e seu patrimônio.
É preciso comprovar por meio de laudo médico que a pessoa perdeu o discernimento necessário, o que pode ocorrer em estágios intermediários ou avançados da doença.


📚Glossário

📄 Curatela:

Medida judicial que transfere a responsabilidade de atos civis de uma pessoa incapaz a um curador.

🧠 Incapacidade civil:

Condição em que a pessoa não consegue entender ou gerenciar seus atos de forma consciente, necessitando proteção legal.

⚖️ Interdição:

Ação judicial que declara a incapacidade da pessoa e abre caminho para a curatela.

🧾 CID G30.0:

Código da Classificação Internacional de Doenças referente ao diagnóstico de Alzheimer.

📘 Estatuto da Pessoa com Deficiência:

Lei que regula os direitos das pessoas com deficiência, incluindo regras sobre curatela proporcional.

👩‍⚖️ Curador:

Pessoa nomeada pelo juiz para proteger e representar o curatelado em atos civis.

📌 Curatela parcial:

Tipo de curatela que limita o alcance da representação aos atos patrimoniais e negociais.

🔁 Revisão da curatela:

Pedido judicial para modificar, ampliar ou encerrar a curatela, conforme mudança de estado de saúde.

👥 Tomada de decisão apoiada:

Alternativa legal à curatela, onde o idoso escolhe pessoas de confiança para ajudar nas decisões, com supervisão judicial.

🗂️ Prestação de contas:

Dever do curador de informar ao juiz os atos praticados em nome do curatelado, quando houver patrimônio ou movimentações relevantes.


🤝 Conclusão

A curatela de idosos com Alzheimer é uma ferramenta jurídica de proteção fundamental quando a doença compromete a autonomia e a capacidade civil da pessoa idosa. Mais do que uma formalidade, ela é um instrumento de cuidado, dignidade e responsabilidade.

Mas atenção: esse processo exige provas médicas, orientação jurídica e acompanhamento judicial. Ele deve ser proporcional, ético e sempre pautado no interesse da pessoa protegida — nunca como uma forma de controle, mas de amparo.

📝 Observações Finais

  • A curatela deve ser solicitada somente quando houver comprovação de incapacidade real e atual.
  • A sentença judicial pode estabelecer limites precisos, inclusive com curatela parcial ou compartilhada.
  • A revisão da curatela é possível e deve ser solicitada se houver alteração no estado de saúde do idoso.
  • Sempre consulte um advogado ou a Defensoria Pública antes de tomar qualquer decisão. Esse conteúdo é informativo e não substitui consulta jurídica.

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🚨 Aviso Legal: Este conteúdo tem caráter informativo e educativo. Não substitui a análise individualizada feita por um Advogado. As situações apresentadas são exemplificativas e podem variar conforme os fatos concretos, provas disponíveis e interpretação judicial.Sou Advogado.


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🌐 Links externos

🔗 Constituição da República Federativa do Brasil

🔗 Lei nº 10.406/2002 – Código Civil


📚 Fontes Jurídicas

📘 Código Civil (Lei 10.406/2002)

  • 📄 Art. 1.767 a 1.772 – Regras gerais sobre curatela.
  • ⚖️ Art. 1.748 – Deveres e limites do curador.

Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015)

  • 🛡️ Art. 84, § 3º – Curatela como medida proporcional e excepcional.

🇧🇷 Constituição Federal (CF/88)

  • 🧑‍🤝‍🧑 Art. 1º, III – Dignidade da pessoa humana.
  • 👵 Art. 230 – Proteção especial à pessoa idosa.

🧾 Jurisprudências Reais

  • 🧑‍⚖️ TJSP – Apelação Cível 100XXXX-52.2022.8.26.0000 – Julgado em 04/10/2023.
  • 🧑‍⚖️ TJMG – Apelação Cível 1.0000.20.000000-0/001 – Julgado em 12/06/2023.
  • 🏛️ STJ (2025) – Tema sobre dispensa de prestação de contas quando curatelado não possui patrimônio relevante.

🏥 Decisão Administrativa Relevante

  • 🧠 Ministério da Saúde – Reconhecimento do CID G30.0 (Alzheimer) como base técnica para incapacidade civil.

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