Acordo Extrajudicial Trabalhista: Como Funciona, Quando Utilizar e Quais Cuidados Tomar?

Acordo homologado com apoio de advogados e segurança jurídica

📇 Introdução: É possível encerrar um conflito trabalhista sem processo judicial?

Sim! Desde a Reforma Trabalhista de 2017, empregado e empregador podem formalizar um acordo extrajudicial e levá-lo à homologação na Justiça do Trabalho, sem necessidade de processo litigioso.

Esse recurso permite resolver de forma rápida e segura questões como verbas rescisórias, pagamento parcelado, quitação geral ou parcial e outros direitos trabalhistas.

Neste guia completo, você entenderá o que é o acordo extrajudicial trabalhista, quais são os requisitos legais, como funciona na prática e quais cuidados devem ser tomados para evitar prejuízos.

⚖️ O que é um acordo extrajudicial trabalhista?

É um ajuste feito entre empregado e empregador, com o objetivo de resolver obrigações trabalhistas sem litígio, desde que ambas as partes estejam assistidas por advogados distintos.

Esse acordo é apresentado à Justiça do Trabalho para homologação, garantindo segurança jurídica e eficácia.

📌 A homologação judicial confere validade plena ao acordo, tornando-o irrecorrível, salvo vícios formais ou fraude.

✅ Quando ele pode ser utilizado?

  • Para regularização de verbas rescisórias
  • Para pagamento de valores em atraso
  • Para parcelamento de obrigações
  • Para quitação total ou parcial de créditos
  • Para encerrar uma relação empregatícia de forma consensual

⚠️ Não se aplica quando há filhos menores ou incapazes diretamente envolvidos na questão ou quando há indícios de coação ou fraude.

📜 O que diz a lei?

DispositivoConteúdo
Art. 855-B da CLTAutoriza a homologação de acordo extrajudicial pela Justiça do Trabalho
Art. 855-CAs partes devem estar assistidas por advogados diferentes
Art. 855-DO juiz pode homologar, negar ou convocar audiência
Art. 855-EA decisão que homologa tem eficácia de coisa julgada e efeito de título executivo judicial

📝 Quais documentos são necessários?

  • Petição conjunta assinada por empregado e empregador
  • Advogados distintos para cada parte
  • Contrato de trabalho ou documentos de vínculo
  • Termo de rescisão, se houver
  • Cálculo discriminado das verbas acordadas
  • Plano de pagamento (à vista ou parcelado)
  • Comprovantes de pagamentos anteriores (se houver)
  • Indicação de quitação parcial ou total do contrato

🛠️ Como funciona o procedimento?

1. Negociação entre as partes

Empregado e empregador discutem os termos do acordo com seus respectivos advogados.

2. Petição conjunta

As partes ingressam com pedido na Justiça do Trabalho, apresentando todos os documentos.

3. Análise do juiz

O juiz pode homologar diretamente, negar se identificar ilegalidade, ou designar audiência para esclarecimentos.

4. Homologação

Se homologado, o acordo passa a ter valor de sentença e pode ser executado em caso de descumprimento.

💡 Exemplo prático

João trabalhou por 3 anos em uma loja e, ao sair, houve divergência quanto ao valor das verbas rescisórias. Ele e o empregador, com seus advogados, firmaram um acordo de pagamento em 4 parcelas. O termo foi homologado pela Justiça do Trabalho. Se houver inadimplência, João pode executar diretamente o acordo como se fosse uma sentença.

Cláusulas que não podem constar no acordo

Citar cláusulas que costumam ser rejeitadas pelo juiz:

  • Renúncia genérica a todos os direitos trabalhistas
  • Cláusula de confidencialidade sem justificativa
  • Pagamento inferior ao mínimo legal sem compensação clara
  • Acordo que simula quitação sem valor pago

Isso orienta o leitor a não cometer erros que podem levar à rejeição da homologação.

⚠️ Cuidados importantes

RiscoComo evitar
Coação ou simulaçãoCada parte deve ter seu próprio advogado
Renúncia total de direitos sem clarezaO acordo deve especificar o que está sendo quitado
Parcelamentos abusivosExigir cronograma claro com multas em caso de atraso
Falta de homologaçãoAcordos fora da Justiça não têm força executiva imediata

Impacto tributário no acordo

Abordar se há desconto de INSS ou IR sobre os valores pagos no acordo e como classificar as verbas:

  • Verbas de natureza indenizatória (sem imposto)
  • Verbas salariais (com encargos)

📌 Isso gera valor para empresários e contadores que buscam segurança jurídica e fiscal.

✅ Vantagens do acordo extrajudicial

VantagemDescrição
RapidezProcedimento simples e célere
EconomiaEvita gastos com longos processos judiciais
SegurançaHomologação judicial garante validade
FlexibilidadePossibilidade de parcelamento e quitação parcial
Evita desgastePreserva a relação entre as partes

📝 Checklist Jurídico

ItemVerificado?
Acordo firmado com advogados distintos
Petição conjunta assinada pelas partes
Cálculos discriminados e cronograma anexado
Renúncia de direitos descrita com clareza
Pedido de homologação registrado no sistema da Justiça do Trabalho

Diferença entre acordo extrajudicial e acordo judicial

Muitos leitores confundem os dois. Seria útil um quadro comparativo para mostrar as principais diferenças:

CritérioAcordo JudicialAcordo Extrajudicial
Iniciado por ação trabalhistaSimNão
Precisa de audiênciaSim (na maioria das vezes)Só se o juiz achar necessário
Advogado das partesPode ser o mesmo (reclamante/reclamado)Deve ser diferente para cada parte
Prazo de tramitaçãoPode demorar semanas ou mesesEm média 5 a 10 dias
Valor de quitaçãoPode ser limitadoPode prever quitação total ou parcial

🤔 FAQ – Perguntas Frequentes

1. Posso fazer um acordo direto com meu patrão sem homologação?
Pode, mas sem homologação judicial, não há força de sentença nem segurança jurídica plena.

2. Preciso de advogado para fazer acordo?
Sim. Cada parte deve ter seu próprio advogado, como determina o art. 855-C da CLT.

3. Posso quitar só parte dos direitos no acordo?
Sim. A quitação pode ser total ou parcial, desde que expressamente indicada na petição.

4. O juiz pode negar a homologação?
Sim, se houver indícios de fraude, coação, desproporcionalidade ou ausência de requisitos legais.

5. O acordo tem valor de sentença?
Sim. Após a homologação, o termo passa a valer como título executivo judicial.

🧠 Conclusão Estratégica

O acordo extrajudicial trabalhista é uma solução moderna, eficiente e segura para encerrar pendências trabalhistas de forma consensual. Ele evita processos longos, reduz custos e garante o cumprimento dos direitos pactuados.

Se você é empregado ou empregador e deseja resolver um impasse de forma amigável, procure um advogado especializado e verifique se esse caminho é o ideal para o seu caso.

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🌐 Links externos úteis:

🔗 Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto-lei nº 5452/1943

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